Equipa portuguesa vai reabilitar aldeias históricas no Butão
Uma equipa portuguesa, formada por uma empresa de engenharia civil e um atelier de arquitetura, venceu um concurso internacional para fazer uma análise aprofundada sobre o risco sísmico de casas em aldeias no Butão, pequeno país nos Himalaias.
Apoiado pelo Banco Mundial, o projeto tem como objetivo caracterizar arquitecónica e construtivamente os vários edifícios das aldeias, analisar o seu estado de conservação, e avaliar o seu comportamento estrutural, particularmente no caso da ocorrência de um sismo. A equipa é formada pelo gabinete de projeto NCREP, especializado em reabilitação urbana, e pelo atelier de arquitetura In.vitro, também especializado em reabilitar construções antigas.
A tradição construtiva deste país envolve a utilização, na maioria dos edifícios, de estruturas de madeira e de terra compactada, o que representa um desafio para a equipa, especializada em reabilitação de construções antigas. “Estas construções, em estrutura de madeira e terra, são normalmente muito vulneráveis à ação dos sismos. Contudo, quando determinados pormenores construtivos são implementados, o seu comportamento melhora significativamente, sendo esse um dos objetivos deste trabalho”, refere Tiago Ilharco, engenheiro do NCREP.
A possibilidade de caracterizar construções tão singulares como as do Butão, e de documentar técnicas construtivas tradicionais, é um “contributo valioso para a salvaguarda do património, e que seguramente enriquecerá o conhecimento técnico da equipa”, refere Joana Leandro Vasconcelos, do Atelier In.vitro.
O trabalho de campo a equipa, especializada em reabilitação de construções antigas, arrancou no início deste mês com a inspeção, diagnóstico, levantamento arquitetónico e avaliação estrutural das duas aldeias. O projeto contemplará ainda a análise da história destas aldeias, através das características socioculturais, de linguagem e de hábitos que as definem, e que passará pela identificação dos aspetos sociais e das práticas associadas à construção destes edifícios.
O objetivo do projeto, que terá a duração de três meses e envolverá trabalho de campo de um mês, é garantir a salvaguarda desta arquitetura vernacular com elevado valor patrimonial e histórico e, simultaneamente, melhorar as condições de funcionalidade, de conforto e, particularmente, de segurança estrutural das construções.
Fonte: UPTEC