A Songvice, start-up do Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), lançou recentemente um novo serviço de mentoria musical. Uma plataforma online onde novos músicos podem obter aconselhamento de músicos famosos, produtores e experts da indústria musical.
Os novos músicos podem gendar sessões de aconselhamento, através de uma funcionalidade integrada de vídeo-chamadas ou análises/revisões de canções, utilizando ferramentas especialmente desenvolvidas para o efeito.
"É muito difícil entrar em contacto com as pessoas certas na música"
"Existe imensa informação na Internet que permite às pessoas aprender a produzir música, mas a grande maioria que tenta aprender desta forma acaba por desistir. Isto acontece por várias razões: ou porque as pessoas não sabem como começar, porque ficam encalhadas em determinado ponto, porque lhes faltam compromissos e metas a cumprir, ou simplesmente porque é muito difícil entrar em contacto com as pessoas certas na indústria.", refere Tiago Martins, CEO da Songvice.
Criada por quatro jovens portugueses, a Songvice, que está atualmente inserida no Programa Rockstart Accelerator, em Amesterdão, quer aproximar músicos emergentes e experts da indústria musical e fornecer novas formas de acelerar a carreira de milhares de novos músicos.
A Net Peças é uma plataforma web para a venda e distribuição de peças usadas de automóvel. A plataforma agiliza o processo tradicional de vendas de peças usadas de automóvel, de uma forma simples e concorrencial. Sabia como funciona.
A Net Peças já tem 40 fornecedores ativos.
As oficinas iniciam o processo com a submissão do pedido de uma peça, através do preenchimento de um formulário simples. De seguida, as sucatas colocam as suas propostas e o melhor preço. Com o intuito de estimular os preços concorrenciais, os intervenientes vão recebendo notificações com o melhor preço até esse momento.
A empresa, que já conta com 5 elementos, em dezembro de 2013 a versão beta do site. No fim do ano, a empresa já tinha 40 fornecedores ativos, 80 oficinas e um crescimento semanal de cerca de 25% novos registos. Durante o mês de dezembro foram submetidos 132 pedidos e elaboradas 104 propostas.
A Net Peças assemelha-se a um mercado de leilões, com a exceção de que no final o comprador escolhe a proposta que quer, e não necessariamente a mais barata. A Net Peças assegura ainda a transacção dentro da plataforma e a entrega no local de escolha do comprador num período máximo de 48 horas.
A empresa, incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) e Startup Lisboa, foi desenvolvida e lançada por Luís Vieira e Pedro Torres, Mestres em Engenharia pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Numa primeira fase, a plataforma encontra-se disponível apenas para profissionais, mas a longo prazo a Net Peças quer ser é uma plataforma de referência para a comercialização de peças usadas de automóvel, para oficinas e particulares.
Joaquim Valente é o criador da Playnify, uma rede social que ajuda a encontrar parceiros para praticar desportos e onde, em breve, vai ser possível reservar espaços para a realização de jogos. Sempre teve o "bichinho" do empreendedorismo, até que decidiu apostar 100% num projeto próprio.
Há um ano, Joaquim Valente lançava, de forma tímida, esta rede social voltada para prática do desporto amador. Hoje são 13 mil utilizadores, uma “app” e novas funcionalidades para breve. Fomos conhecer o percurso deste empreendedor de 30 anos.
A Playnify surgiu em novembro do ano passado. Que balanço faz do primeiro ano do projeto?
Lançamos em novembro de 2012 o site com as funcionalidades mais simples, mais relacionadas com o lado social. Queríamos ter uma pequena base de utilizadores para recebermos feedback e afinarmos a máquina para depois fazermos outra investida, tanto ao nível nacional como internacional. Correu bastante bem. Já temos 13 mil utilizadores e temos recebido imenso feedback. Temos não só utilizadores em Portugal, como lá fora. A nossa comunidade em Londres é bastante ativa. Entretanto, concorremos a um concurso, em março, e tivemos um desconto num programa de incubação de três meses em Silicon Valley. Estivemos lá em abril, maio e junho.
Joaquim Valente é o CEO da Playnify. Foto: Alice Barcellos
Como correu a experiência em Silicon Valley?
O objetivo foi perceber bem Silicon Valley e explorá-lo ao máximo, mas também fomos para a costa Este, Boston e Nova Iorque. Passamos lá um terço do nosso tempo. Quisemos perceber melhor o ecossistema americano, a cultura desportiva e que parceiros poderemos ter. Fomos a vários eventos, conhecemos várias pessoas. Fizemos programas de incubação, entre eles, uma semana de incubação em Nova Iorque. A viagem serviu para recolher contactos e alinhar parcerias. Tivemos um ótimo feedback e temos gente que está interessada em colaborar connosco.
Lançaram a aplicação móvel da Playnify e preparam-se para lançar novos serviços. Qual é o vosso modelo de negócio?
Temos várias formas de ganhar dinheiro e o nosso negócio não é daqueles que dá dinheiro de imediato. Poderíamos tê-lo feito, mas preferimos apostar numa plataforma tecnológica mais robusta e que nos permite ir para várias direções e escalar o negócio.
Para já, centramo-nos nas funcionalidades de encontrar jogadores, mas vamos implementar a reserva de campos. Como fazemos no site Booking para reservar um quarto de hotel, vamos poder reservar um corte de ténis ou um campo de futebol através da plataforma de uma forma muito simples. Nas reservas de campo, os nossos clientes são as instalações desportivas. Mais para frente, vamos ter novas funcionalidades, que não vou falar para já. Para o utilizador final o serviço nunca terá custos e os nossos clientes serão, a curto prazo, as instalações desportivas. O nosso objetivo nunca foi somente o mercado português, foi sempre a escala internacional. E daí estarmos a fazer as coisas com esta cadência e com esta lógica. Trabalhar na internet é interessante mas Portugal é um mercado muito pequeno.
Hoje em dia há redes sociais para quase tudo. Como é que surgiu esta ideia?
Sempre pratiquei desporto, jogo ténis há quase 20 anos e tive sempre o problema de encontrar alguém para jogar, principalmente quando já não se está num clube. As pessoas querem encontrar outras que joguem ao seu nível. Por exemplo, quando ia de férias para o Algarve com os meus pais, levava as raquetes de ténis mas não conseguia encontrar ninguém para jogar. Já na faculdade, só no meu ano éramos 200 e às vezes não conseguíamos arranjar pessoas suficientes para jogarmos futebol. Havia este problema, muitos jogos que se deixam de realizar porque a nossa rede de contactos é limitada. É um problema que existe a nível mundial. Na altura estava a fazer o Magellan MBA, na Porto Business School, e comecei a fazer o plano de negócios da Playnify. Entretanto, fui trabalhar para Critical Software mas depois acabei por me demitir da Critical para lançar a Playnify.
A equipa da Playnify tem 10 elementos que se dividem entre Porto, Aveiro e Boston.
Já existem redes sociais do género. O que distingue a Playnify das outras?
Existem algumas plataformas mas são muito locais, nós temos um foco mais generalizado para várias entidades do ecossistema desportivo. Tentamos resolver o problema não só de desportistas mas também de associações ligadas ao desporto e de uma série de outras empresas ligadas à indústria.
Acreditava que o projeto iria ganhar esta dimensão em pouco tempo?
Sabia que íamos ter adesão porque o conceito por si só é sexy. Fiquei muito contente de, sem esforço de marketing, termos conseguido 13 mil utilizadores.
Por que é que decidiu deixar um emprego estável e investir numa ideia própria?
A minha formação de base é engenheira civil. Enquanto trabalhei como engenheiro civil fui tendo projetos à parte. Estive sempre envolvido em mais alguma coisa, noutros projetos mais ligados ao software e à gestão. Estava habituado a trabalhar fora de horas e em várias coisas ao menos tempo. A dada altura, tinha tantos projetos e até estava a ganhar um bom dinheiro, mas decidi deixar tudo e dediquei-me ao MBA, porque precisava de uma formação em gestão. Entretanto, trabalhei na Critical Software mas resolvi sair e dedicar-me a full-time à Playnify. Tinha aquele desejo empreendedor e não consegui resistir. Nesta altura, o driver não é tanto o dinheiro mas o gosto de fazer uma coisa nova. Não tenho uma vida tão confortável, não tenho a segurança que poderia ter agora com 30 anos, mas sei que estou a aprender imenso com estas experiências.
Hoje em dia o empreendedorismo é quase uma obrigação. No seu caso, foi por opção e vontade. Corre melhor assim?
Portugal evoluiu bastante e ainda bem que os jovens estão a voltar-se para o empreendedorismo porque é o que faltava neste país. Eu, com 30 anos, sou de uma geração em que a malta não é empreendedora. A malta quer trabalhar para outros e é muito adversa ao risco. E para mim foi difícil encontrar pessoas para entrar nestes projetos. Hoje em dia é mais fácil. Espero com o Playnify poder contribuir com um exemplo positivo para os mais novos. Quando decidimos seguir este caminho, há sempre um risco, pode resultar, como pode não resultar, mas ganhamos sempre com esta experiência.
Alice Barcellos
Olá!
Seja bem-vindo. Se chegou até aqui veio à procura de ideias novas, negócios em ascensão e mentes criativas. Este blog é o lado mais visível da parceria entre o Portal SAPO e o UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto. Fique mais um pouco e sinta-se em casa :)