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Porto de Futuro

As pessoas e as ideias por detrás das empresas. O Porto como ponto de partida.

Porto de Futuro

As pessoas e as ideias por detrás das empresas. O Porto como ponto de partida.

Claan, alfaiates digitais que criam soluções costumizadas

Imagine uma fábrica que produz fatos em série. Agora imagine um alfaiate que faz fatos à medida. A segunda opção é a filosofia de trabalho dos Claan. São alfaiates digitais que pensam em soluções à medida de cada cliente. E ainda têm um cão com nome de artista: Vincent Van Dog.

 

Claan (UPTEC)
A equipa Claan. Foto: Alice Barcellos

 

Criada em 2008, a empresa sediada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), no Pólo das Indústrias Criativas, não tem mãos a medir. Nos últimos tempos já fizeram um "instragram costumizado" para uma marca de roupa de luxo, uma app para um produtor de cinema independente em Los Angeles, uma rede social para uma start-up em Madrid. Estão também a conceber a versão da revista Attitude para iPad, a desenhar um edifício de escritórios, já com sinalética, e a projetar um palco para um auditório. E, pelo meio, a fazer websites. Sim, é muita coisa!

 

Nesta empresa não há projetos iguais. Num dia podem estar a desenhar um layout de um site, no outro, a desenhar um palco. "Isso é que é interessante, a diversidade", refere Clara Vieira, designer criativa da empresa, em entrevista no seu gabinete. "Todos os projetos que fazemos são completamente novos. É sempre um desafio, procurar uma solução nova", completa Andreas Eberharter, o diretor técnico. Para tal, usam sempre uma tecnologia-base, criada pelos próprios, de forma a otimizar o trabalho da empresa. "O Leafer, no fundo, é uma ferramenta de produtividade interna que ajuda a criar rapidamente esta interatividade para as aplicações móveis e isso é uma vertente do nosso trabalho", clarifica Andreas.

 

Ao longo dos anos, a empresa tem alargado as suas áreas de atividade e nunca dizem não a um desafio. Apesar da maioria dos trabalhos continuar a ser nas áreas web e mobile, a equipa da Claan descobriu recentemente uma nova paixão com a criação da sinalética no edifício do Centro de Inovação do Pólo Tecnológico do UPTEC. "Descobrimos que gostamos da sinalética e do trabalho no espaço tridimensional, perceber um edifício inteiro como um objeto de comunicação", referem.

 

Clara e Andreas conheceram-se na universidade em Roterdão, na Holanda. Trabalharam ambos em Viena e decidiram vir para o Porto fundar a empresa. Depois de criada, sentiram necessidade de viajar, conhecer outras realidades e outros mercados. Fizeram as malas e rumaram a Santiago do Chile para trabalhar e "procurar contactos" e sentiram as dificuldades normais de quem está num novo continente. "Muitos dos contactos que fizemos vêm da nossa presença no Chile, que foi meio ano. Passarmos para os EUA adveio dessa experiência", acrescenta Clara.

 

Nos primeiros tempos, 99,9% do trabalho desenvolvido era para exportação. "Trabalhávamos com Áustria, Alemanha, países de Leste, porque tínhamos também vivido lá e continuamos a trabalhar com eles. E agora temos também o mercado nacional, o que nos deixa contentes", refere. E é com orgulho que nos mostram o relatório de contas de 2012, onde a presença de clientes portugueses já é bastante notória. Siemens, Velartis, Atos, Tally Weijl, Arch Daily já fazem também parte do seu portefólio.

 

Sinalética Claan
A criação da sinelética do edifício central do UPTEC despertou nos Claan uma nova paixão. Foto: Claan

 

Ainda há "muita inércia" no Porto


Para já, a empresa continua inserida no UTPEC mas Clara não rejeita a possibilidade de estar sediada noutro local daqui a uns anos. "Se estivéssemos em Londres ou Nova Iorque seria um bocadinho mais à frente e evoluíamos mais rapidamente. Gosto imenso do Porto, mas sou muito crítica, acho que há muita inércia. Há muito talento mas há mais conformismo, a velocidade da cidade é muito mais lenta. Acho que é uma velocidade portuguesa, até", observa. Para Andreas, por outro lado, com a globalização, a localização deixou de ser tão importante, até porque se sente muito bem na cidade. "O Porto é um sítio onde quero ter sempre alguma ligação. Posso imaginar-me daqui a três anos a ter mais um escritório no estrangeiro". "Viena, apesar de ser caro, seria uma possibilidade, mas não para já", acrescenta Clara. 

 

Criar uma empresa: o fator "serendipidade"


"Quando criamos uma empresa achamos que só vamos fazer aquilo que gostamos de fazer. Mas depois esquecemos que temos de tratar da contabilitade e é tudo diferente", desabafa Andreas. Para isso foram importantes as formações de coaching que fizeram por estarem inseridos na incubadora do Pólo das Indústrias Criativas, mas lamentam a falta de preparação para lidar com o mercado de trabalho nas universidades. "Por exemplo, como negociar com um cliente, como criar um orçamento, um documento de requisitos", "coisas muito simples como gerir recursos humanos", acrescenta a designer.

 

"Olhando para trás tivemos muita sorte, mesmo sem ter este conhecimento". É o "fator serendipidade", intervém Clara. "No início vivemos um bocado fechados a trabalhar para fora, e depois andávamos a desenvolver o nosso produto muito para dentro, a desenvolver features e a querer fazer a coisa mais potente que havia. A certa altura, paramos e pensamos: 'o que é que fazemos com isto?' Era tudo superpotente mas não existíamos na realidade. A partir do momento em que nos mostramos no Tech Media Europe, e daí veio o UPTEC, tudo mudou", explica. Em jeito de conselho, os dois referem que, numa empresa, é sempre preciso partilhar as ideias e ver o que é que se está a fazer e mostrar isso para fora.

 

Para já, os próximos desafios da Claan são alargar a equipa, trabalhar em novas áreas, nomeadamente, a impressão em 3D, e só depois pensarão em voos mais altos, como por exemplo uma filial noutro país ou mesmo um laboratório de experimentação. Viajar mais ou, quem sabe, uma casa com piscina.

 

Catarina Osório

Blip, a empresa que quer ser o melhor local de trabalho do mundo

As gigantes tecnológicas distinguem-se não só pelos seus produtos inovadores e apetecíveis, mas também pelo ambiente de trabalho mais ou menos descontraído. No Porto, há uma empresa assim. Anda-se de trotineta pelos corredores, joga-se matrecos ou consolas, faz-se uma refeição numa cozinha que parece a lá de casa. E, nos intervalos, programa-se ou será ao contrário?

 

A Blip é um caso de sucesso entre as empresas tecnológicas em Portugal. Surgiu em março de 2009 pela vontade de dois amigos de faculdade que, insatisfeitos com as suas rotinas de trabalho, resolveram investir num projeto pessoal. “O objetivo dos fundadores foi criar um espaço onde gostassem de ir trabalhar todos os dias”, conta Sofia Reis, gestora de operações da Blip, ligada à empresa desde março de 2010.

 

 

A Blip começou a funcionar, em 2009, na casa de José Fonseca, um dos fundadores. Hoje em dia o espaço de 1500 metros quadrados num edifício no centro do Porto é uma prova do crescimento rápido da empresa. Ali trabalham mais de 100 pessoas, na sua maioria programadores, developers como são também muitas vezes chamados, com uma média de idades de 28 anos.

 

Mas este crescimento da Blip deve-se, em parte, ao facto de ter sido comprada, em outubro 2010, pela multinacional TSE Holdings Limited, detida pelo grupo Betfair, especializada em apostas online. "Hoje em dia, nós somos a Betfair, não há esta relação de cliente e fornecedor externo”, explica Diogo Velho, gestor de projeto da Blip. “Somos a empresa de desenvolvimento tecnológico web e mobile da Betfair”, reforça.

 

Comparada a Google ou Facebook


Quando se entra no quarto piso do Edifício Domus Trindade, salta à vista uma mesa de matrecos, quase sempre ocupada, duas consolas Arcade, uma delas do famoso jogo pinball, um saco de boxe, uma mesa com outra consola mais moderna e, ao lado, alguns instrumentos musicais. É assim que um visitante é recebido na Blip, com descontração, informalidade e boa disposição.

 

Ingredientes fundamentais para a satisfação e bons resultados dos seus funcionários, que podem “organizar-se na parte do trabalho e do divertimento, tendo a certeza que conseguem entregar os projetos, mas de uma forma mais divertida e colaborativa”, salienta Sofia Reis.

 

Mais alguns passos em frente e chega-se a uma cozinha ampla onde todos os dias são servidos pequeno-almoço e refeições ligeiras aos blippers, nome dado a quem faz parte da empresa. Chegamos à hora do pequeno-almoço e a azáfama é grande: há quem esprema laranjas, há quem beba café, há quem prepare sandes ou torradas. Todos agem como se estivessem na cozinha lá de casa. No fim da cozinha, um quadro se onde partilham ideias e conhecimentos sobre vários temas. Estes elementos contribuíram para que a Blip tenha uma cultura própria e seja comparada com outras empresas tecnológicas, como a Google, Facebook ou Skype.

 

Ao passar a porta de vidro que separa a cozinha do espaço aberto cheio de secretárias, puffs, sofás e quadros entra-se num mundo à parte. Aqui é onde se trabalha. Escrevem-se códigos nas paredes, propositadamente, quase toda a gente está com os seus auscultadores, olhos colados aos ecrãs dos computadores.

 

Não há horários de trabalho, mas sim objetivos que têm de ser cumpridos nos seus prazos. “Não temos horários fixos, as equipas acordam entre elas qual é o melhor horário para começarem”, diz Sofia Reis, sublinhando que “esta autonomia e esta responsabilidade fazem com que as pessoas não tenham listas de tarefas todos os dias”.

 

Cada ilha de secretárias corresponde a uma equipa de programadores, cada uma com o seu nome e identidade próprias. No fim de uma das alas do open space, vemos um cato e alguns elementos decorativos que lembram o México. Chegamos ao território dos Desperados, que é, segundo Filipe, “a melhor equipa da Blip”. O ambiente de competição saudável é normal e, cada elemento novo que chega, integra-se rapidamente numa das equipas.

 

Filipe é programador da empresa desde fevereiro do ano passado. “Mal vi o espírito que a Blip tinha, não tive nenhuma dificuldade em aceitar, integrei-me logo”, conta. Ao seu lado, Bruno, blipper desde agosto de 2012, deixou o emprego anterior, também numa grande empresa, porque estava à procura de novos desafios e encontrou na Blip um local de trabalho com uma cultura completamente diferente. “Não sinto que haja uma rotina, porque quando sentimos que precisamos de fazer uma pausa, fazemos, vamos falar com colegas com quem já trabalhamos ou vamos até à cozinha”, descreve.

 

Uma empresa do Porto

 

A Blip nasceu, cresceu e pretende continuar a evoluir na cidade Invicta. Esteve incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, até ter ido para os novos escritórios na Trindade. “O Porto surge como uma localização estratégica para o negócio porque a nossa casa-mãe localiza-se em Inglaterra e o nosso time zone é exatamente o mesmo, o que faz com que seja muito fácil comunicar”, realça Diogo Velho. Além disso, “o Porto evidencia-se pela sua componente forte em engenharia com duas grandes faculdades e isso fez também com que a Blip pudesse crescer de uma forma muito confortável”, completa.

 

Até dezembro, a Blip quer chegar aos 150 colaboradores e está em fase de recrutamento. Não há limites de idade mas o candidato deve ter já um espírito “blipper”, “querer trabalhar de uma forma muito competente e profissional mas também muito relaxada e descontraída”, caracteriza Diogo Velho.

 

A Blip quer continuar a crescer, até porque não tem sentido os efeitos da crise na procura pelos seus serviços. “A crise sente-se sempre, nem que seja pelas medidas governamentais que depois condicionam a atividade da empresa. Ao nível de procura do nosso produto no panorama internacional, temos estado a crescer, o grupo tem estado saudável e, portanto, as perspectivas são muito boas”, conclui Diogo Velho.

 

Alice Barcellos

Como nasce uma empresa?

João Carvalho e Diogo Frias têm pontos em comum: são designers, um da comunicação, o outro de produto, têm 28 anos, vivem no Porto e decidiram criar a sua própria empresa. Da ideia inicial até ao modelo negócio há muito caminho a percorrer. "Ter uma ideia é fácil, o mais difícil é concretizá-la", aponta João Carvalho.



A Bunker Studios encontra-se incubada no Polo Tech do Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto - UPTEC, enquanto a Diogo Frias Studio ainda está em fase de pré-incubação no Polo das Indústrias Criativas do UPTEC.

Alice Barcellos


Olá!

Seja bem-vindo. Se chegou até aqui veio à procura de ideias novas, negócios em ascensão e mentes criativas. Este blog é o lado mais visível da parceria entre o Portal SAPO e o UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto. Fique mais um pouco e sinta-se em casa :)

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