Concurso elege o primeiro "Ninja" hacker português
Com o objetivo de chamar atenção para a segurança das aplicações que usamos nos nossos smartphones, tablets e computadores, a empresa portuense AuditMark organizou um concurso de "hacking". Os participantes tiveram que realizar quatro desafios que implicavam encontrar problemas dentro de códigos de aplicações web.
O concurso JScrambler JavaScript Ninja Challenge terminou nesta segunda-feira e hoje foi conhecido o vencedor: Filipe Freire, de Aveiro, programador há cerca de 10 anos. "Foi uma ótima experiência e participaria novamente já hoje. Se há coisa que gosto de fazer é encontrar falhas em sistemas e melhorá-los", declarou Filipe. O vencedor vai receber três mil euros em prémios.
O concurso teve três objetivos principais. "Ajudar a criar consciência de que é importante proteger o código de aplicações Web, dar a conhecer a solução JScrambler, e testar ideias desenvolvidas em laboratório", explicou Pedro Fortuna, diretor da AuditMark.
Proteger as aplicações
A empresa é responsável pelo desenvolvimento da JScrambler, uma ferramenta que permite proteger as aplicações de serem copiadas por piratas informáticos. "As aplicações têm códigos que são muito fáceis de alterar e quem trabalha nesta área deve ter consicência disso", salientou Pedro Fortuna.
Através das falhas de segurança nas aplicações, é possível aceder a dados pessoais, executar ações em nome do utilizador, descobrir palavras-passe e levar a cabo uma série de outros procedimentos que podem prejudicar os utilizadores.
Com a sua plataforma, a JScrambler, a AuditMark tenta impedir que os códigos das aplicações (programados em JavaScript) sejam copiados com tanta facilidade. "A nossa tecnologia foi feita para ser a melhor do mercado", referiu Pedro Fortuna. E os números da empresa não o contrariam: a ferramenta já é utilizada em mais de 100 países por 10 mil utilizadores. "Já transformamos 120 milhões de linhas de código", disse o diretor da AuditMark.
500 participantes
O concurso organizado pela empresa foi também uma forma de potenciar ainda mais a JScrambler.
O desafio reuniu 500 participantes. Destes, cerca de 2,5% conseguiram chegar ao fim, necessitando em média de 3 dias para lá chegar. Dos restantes, entre os que tiveram uma participação mais ativa, cerca de 38% chegaram ao último desafio mas não o conseguiram resolver.
Para a AuditMark o concurso foi uma aposta ganha e superou as expectativas. Fica a promessa de futuras edições.
Alice Barcellos