Future Places: seis dias à volta dos novos media e da cidadania no Porto
Criar um videojogo, autopsiar objetos abandonados ou desenvolver uma animação stop motion. Estas são algumas das propostas da 6ª edição do Future Places, que arranca hoje no Porto.

O evento está a aberto ao público em geral. Foto: Luís Barbosa
O Porto volta a ser, a partir desta segunda-feira e até dia 2 de novembro, o epicentro da reflexão e do desenvolvimento de projetos que tenham como base os novos media. Uma área onde cabe o vídeo, a música, a fotografia, os videojogos e as plataformas digitais. Durante seis dias, o Future Places vai pôr a cidade a pensar no potencial destes meios em termos sociais.
Nesta sexta edição, o certame conta com uma mudança de paradigma. Quer deixar o nome “festival” para passar a ser um laboratório de media contínuo. Isso porque ao longo dos anos – o evento começou em 2008 – o Future Places tem impulsionado novos projetos que não se resumem aos seis dias de festival.
“A transformação em media lab vai de encontro com o nosso objetivo de aplicar os media à cidadania, que não é algo temporário”, explica Heitor Alvelos, um dos comissários do Future Places, dando como exemplo vários projetos que nasceram durante o festival e perduraram no tempo. A Rádio Manobras, o movimento das bandas do centro comercial Stop, o Portugal Portefólio, o Museu do Resgate, entre outros.
Seis dias à volta dos novos media
Este “media lab” vai ter como montra seis dias de laboratórios, concertos, debates, workshops, instalações e performances, que começam a partir de hoje. Amanhã, os participantes vão ficar a conhecer todas as atividades do festival, às 11h, na sessão "Join Citizen Labs!". Mas já há algumas que fazem parte da programação.
Na terça-feira, decorre o workshop “Games to the people”, orientado por Pedro Cardoso. A oficina vai permitir a pessoas sem qualquer formação ou experiência na área aprenderem a criar um videojogo, através da apresentação de uma ferramenta, o Blender, utilizada na criação de jogos de vídeo.
No mesmo dia, decorre a primeira sessão do laboratório “Silent Objects”, projeto de Pedro Almeida, que propõe um percurso por espaços abandonados da cidade e a recolha de certos objetos, sujeitos a uma “análise forense”. A ideia é “olhar para estes objetos, para as suas histórias, funções no tempo, relação que estabelecem com as pessoas e com a sociedade de forma não convencional”, explica o investigador.
Na quarta-feira, decorre o laboratório de Rita Sá “Action Figures Stop Motion”, que vai partir de figuras impressas e de peças modulares para desenvolver em conjunto uma animação stop motion.
Até sábado, há ainda performances, simpósios, concertos e debates, um deles sobre o futuro do cinema (no dia 31). O compositor minimalista britânico Andrew Poppy e as cineastas Debbie Anzalone e Nancy Schiesari vão estar presentes nesta edição do certame. O programa completo pode ser consultado no site do Future Places.
Todas as atividades são gratuitas e decorrem em vários espaços da cidade: Reitoria da Universidade do Porto, Polo das Indústrias Criativas do UPTEC, Alfândega do Porto, Associação Sonoscopia, Cinema Passos Manuel, ICBAS e Maus Hábitos. O Future Places faz parte de uma iniciativa da Universidade do Porto e do UPTEC no âmbito do programa UTAustin-Portugal.
Alice Barcellos